Em uma decisão da qual a AFP obteve uma cópia nesta quinta-feira, a Corte de Apelações de Saint Louis (Missouri) considerou por dois votos a um que não havia "razões suficientes" para prender os zumbis. O tribunal reverteu um julgamento de primeira instância que havia garantido imunidade aos policiais por terem mantido preso o grupo durante dois dias pelo fato de os aparelhos de som que carregavam em bolsas terem sido confundidos com armas de destruição em massa. Sete pessoas haviam se reunido no centro de Minneapolis (Minnesota), por ocasião de um festival, e os policiais as encontraram andando de maneira direta e hesitante, com seus rostos cobertos de talco, com marcas falsas de sangue desenhadas nas bochechas e olhos pintados de cor escura. "Sua ideia era protestar contra a sociedade de consumo perambulando pelas ruas como zumbis", explica a corte de apelações em sua decisão. Com um Ipod, uma caixa de som e um alto-falante, visíveis em suas bolsas, apresentavam músicas junto com mensagens como "tragam seus cérebros para cá" ou "lavagem cerebral no prédio 5". Foram parar na delegacia e passaram duas noites na cadeia, a princípio, para um exame das identidades, e, depois, por "perturbar a ordem pública" e, por fim, porque o conteúdo de suas bolsas se assemelhava a armas de destruição em massa. Mas, para a corte de apelações, os zumbis exerciam apenas a sua liberdade de expressão de maneira "artística e simbólica" compreensível para todos. "Uma pessoa razoável não pensaria que existiriam razões suficientes, em virtude da lei de Minnesota, para prender por 'perturbação da ordem pública' um grupo pacífico, porque ele ouve música, divulga mensagens, veste-se de zumbi", conclui a corte.
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