Lá, apertou a mão do jovem curitibano, que tem medo de viajar de avião, e selou a transferência do conteúdo que ficava hospedado no rival iG, que pertence a Oi, para o Terra, da Telefônica.
Esse lance, aparentemente sem muita importância, provocou uma reviravolta no mercado brasileiro. O iG, até então o terceiro maior portal da internet local, caiu para o quinto lugar em audiência, sendo ultrapassado pelo próprio Terra e pela Globo.com. Foi um tombo e tanto.
O Baixaki, que deixou os seus domínios, era (e ainda é) dono de uma audiência de 12 milhões de internautas, o que o colocava na categoria de principal “puxador” de usuários para o site da Oi. “Queríamos expandir pela América Latina e o Terra (que atua em vários países nessa região) poderia nos permitir isso”, disse Barthel à DINHEIRO.
Essa briga silenciosa movimenta os bastidores dos grandes portais de internet brasileira. Terra, iG e UOL são os principais protagonistas dessa disputa. Eles contam com uma lista de parceiros cujo objetivo é melhorar o seu desempenho entre as empresas que medem a audiência da web local, como o Ibope Nielsen Online e a comScore. Esses rankings são usados por grandes agências de publicidade no Brasil e balizam a decisão de grandes clientes na hora de investir na publicidade online. Quanto maior a audiência, maior a chance de receber uma verba maior dos anunciantes.
O Baixaki segue roteiro semelhante. Barthel, o fundador do site, manteve a operação de 1999 a 2003 sem ganhar um único centavo. O primeiro dinheiro chegou por intermédio de uma parceria com o site de leilões MercadoLivre, apenas em 2003. A partir daí, decidiu abandonar o trabalho e a faculdade de ciências da computação para se dedicar ao Baixaki. Hoje, a venda de publicidade e os acordos de licenciamento (como o feito com o Terra) geram receitas da ordem de R$ 20 milhões.
Com 85 funcionários, ele criou a empresa No Zebra Network, composta por sete sites, entre eles o Tudo Gostoso, de conteúdo culinário, hospedado no UOL. Em 2007, Barthel recebeu uma proposta de R$ 40 milhões para vender o Baixaki. Não aceitou. “A exigência era que eu não abrisse outro site nunca mais”, alegou. “Sinto prazer no que faço.” Ele quer continuar criando novos campeões de audiência.
istoedinheiro.com
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