sábado, 19 de março de 2011

O Jovem fundador do site Baixaki

Foi em dezembro do ano passado que Paulo Castro, presidente do portal de internet Terra, voou até Curitiba, no Paraná, para se encontrar com Guilherme Barthel “Gui”, o fundador do site de downloads Baixaki.

Lá, apertou a mão do jovem curitibano, que tem medo de viajar de avião, e selou a transferência do conteúdo que ficava hospedado no rival iG, que pertence a Oi, para o Terra, da Telefônica.

Esse lance, aparentemente sem muita importância, provocou uma reviravolta no mercado brasileiro. O iG, até então o terceiro maior portal da internet local, caiu para o quinto lugar em audiência, sendo ultrapassado pelo próprio Terra e pela Globo.com. Foi um tombo e tanto.

O Baixaki, que deixou os seus domínios, era (e ainda é) dono de uma audiência de 12 milhões de internautas, o que o colocava na categoria de principal “puxador” de usuários para o site da Oi. “Queríamos expandir pela América Latina e o Terra (que atua em vários países nessa região) poderia nos permitir isso”, disse Barthel à DINHEIRO.

Essa briga silenciosa movimenta os bastidores dos grandes portais de internet brasileira. Terra, iG e UOL são os principais protagonistas dessa disputa. Eles contam com uma lista de parceiros cujo objetivo é melhorar o seu desempenho entre as empresas que medem a audiência da web local, como o Ibope Nielsen Online e a comScore. Esses rankings são usados por grandes agências de publicidade no Brasil e balizam a decisão de grandes clientes na hora de investir na publicidade online. Quanto maior a audiência, maior a chance de receber uma verba maior dos anunciantes.

O Baixaki segue roteiro semelhante. Barthel, o fundador do site, manteve a operação de 1999 a 2003 sem ganhar um único centavo. O primeiro dinheiro chegou por intermédio de uma parceria com o site de leilões MercadoLivre, apenas em 2003. A partir daí, decidiu abandonar o trabalho e a faculdade de ciências da computação para se dedicar ao Baixaki. Hoje, a venda de publicidade e os acordos de licenciamento (como o feito com o Terra) geram receitas da ordem de R$ 20 milhões.

Com 85 funcionários, ele criou a empresa No Zebra Network, composta por sete sites, entre eles o Tudo Gostoso, de conteúdo culinário, hospedado no UOL. Em 2007, Barthel recebeu uma proposta de R$ 40 milhões para vender o Baixaki. Não aceitou. “A exigência era que eu não abrisse outro site nunca mais”, alegou. “Sinto prazer no que faço.” Ele quer continuar criando novos campeões de audiência.

istoedinheiro.com

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