De acordo com a linguista Maria Vicentina do Amaral Dick, professora da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo (USP), atualmente há duas grandes tendências de nomes: a dos antigos e curtos – como João e Beatriz –, que não necessitam de complemento, e a dos nomes da moda, cíclicos, que voltam à tona de tempos em tempos, puxados por um personagem de novela ou um artista popular, por exemplo.
"A fórmula dos nomes compostos e com letras dobradas se esgotou. Hoje, os pais procuram batizar seus filhos com nomes curtos e fáceis de memorizar, que evitam constrangimentos para a criança", afirma a especialista.
A professora Maria Vicentina observa, ainda, uma espécie de volta do romantismo para os nomes de meninas. "Giovana, Manuela e Isabela são nomes estrangeiros que remetem a mulheres idealizadas e repletas de virtudes, como as heroínas da literatura romântica do século XVIII", destaca. A linguista explica que a sonoridade também é levada em consideração pelos pais na hora de nomear os filhos. "Mesmo com toda a influência da moda, é bom lembrar que o nome é definido pelo gosto dos pais da criança", ressalta.
Fontes de inspiração
As novelas e os artistas continuam sendo a grande referência para o surgimento de modismos. "Assim como Lara entrou na moda por causa da personagem de Mariana Ximenes na novela 'A Favorita', agora Clara volta com força, devido à vilã que a mesma atriz interpreta em 'Passione'", diz.
Aqui no Brasil, várias crianças vieram e vêm ao mundo com nomes inspirados em personagens de novelas de sucesso. Alguns exemplos são Renata, Bárbara e Waleska, de Beto Rockfeller (1968); Simone, Fernanda e Rosana, de Selva de Pedra (1972); Gabriela, da novela inspirada no romance de Jorge Amado (1975); Júlia, Marisa e Celina, da novela Dancin’ Days (1978); além de Bruno, Gustavo, Karina e Aline, de Pai Herói (1979). (As informações são do Vital/Unilever)
Fonte: Bonde
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