A estiagem que atinge o sul do país nos últimos dois meses prejudica a produtividade nas lavouras de soja, milho e feijão na regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), de Ivaiporã. A regional abrange 22 municípios do Vale do Ivaí e da região central do estado. De acordo com o agrônomo Sergio Carlos Empinotti, do Departamento de Economia Rural (Deral), os produtores já contabilizam perdas de mais de R$ 100 milhões. Escassas e irregulares, as precipitações são consideradas insuficientes. ”Há propriedade que não chove há mais de 30 dias. Outras, bem próximas, que receberam de 20 a 30 milímetros nos últimos dias”, explica o agrônomo.
O setor de milho é o mais prejudicado porque a lavoura está em uma fase crucial de seu desenvolvimento. “As espigas e os grãos estão com tamanho reduzido”. Segundo Empinotti, isso seguramente trará sérios reflexos na produção total deste ano, uma vez que os danos em termos de diminuição do potencial produtivo podem ser considerados irreversíveis em 50% da área plantada de 48.750 ha. A estimativa inicial de colheita que era de 568 mil sacas de 60 quilos deve cair para 455 mil sacas.
Com o feijão que está em fase final de colheita, os produtores contabilizaram prejuízos em quase 20% das plantações. Se o clima tivesse colaborado os produtores da regional teriam colhido cerca de 70 mil sacas, no entanto, a colheita deve ficar próxima a 53 mil sacas. “O feijão não foi só prejudicado nesta fase de colheita. No plantio houve prejuízo com as baixas temperaturas”. O preço ao produtor já aumentou até R$ 15 por saca.
As lavouras de soja que tinham previsão de colheita para 12 milhões de sacas sofreu nesta semana uma redução pelo Deral para 10 milhões de sacas. Empinotti relata que as lavouras que se encontram em fase de floração apresentam problemas na sua evolução. “No caso das variedades precoces, elas tem um período curto de floração. Estas variedades terão uma perda muito maior em termos produção”, pondera.
Os municípios de São João do Ivaí e São Pedro do Ivaí até o momento são os mais afetados. A maioria dos produtores plantaram no início de outubro. Com isso, a floração e o inicio da frutificação ocorreu durante o período mais seco.
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