Ser incapaz de ler o itinerário de um ônibus, escrever uma carta, fazer uma lista de compras, assinar um documento. O que pode ser simples e rotineiro para alguns cidadãos ainda é totalmente desconhecido para outros no Vale do Ivaí. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seed), 25.530 pessoas com 15 anos ou mais na região ainda convivem com um problema típico do tempo em que o acesso à escola era o maior desafio: não sabem ler nem escrever.
Enquanto no Paraná a taxa de analfabetismo está em 6,29% - a meta é chegar a menos de 4% - no Vale, mais da metade dos municípios têm índices que são o dobro deste percentual. Nenhuma das 26 cidades está livre do analfabetismo, reforçando o quadro estadual: em pleno século XXI, só 18 de 399 municípios paranaenses conseguiram erradicar a falta de letramento.
Rosário do Ivaí tem a taxa mais preocupante da região, 19,53%, seguido de Grandes Rios, com 17,93%; Lidianópolis,17,81%; Cruzmaltina, 17,14%; Arapuã, 16,59%; e Lunardelli, com 16,23% (veja o ranking completo no quadro).
No município de Rosário do Ivaí, o desafio, afirma a secretária municipal de Educação interina, Silvana Soares Pimentel, é reduzir o índice na faixa rural da população. “Temos três turmas de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e muitas dificuldades com quem mora fora da cidade, principalmente no inverno”, comenta.
De acordo com Silvana, há projetos para abertura de novas turmas, mas ainda é preciso preencher as lacunas existentes nas áreas mais afastadas, mantendo os alunos no programa. Cerca de60 pessoas, a maioria com idade entre 50 e 60 anos, frequentam turmas da EJA no município.
A pedagoga da Secretaria Municipal de Educação de Grandes Rios, professora Joelma Adriana Martins Barbosa, relata que o município enfrenta situação parecida com a de Rosário do Ivaí. “O problema maior também é na zona rural. Fazemos propaganda, buscamos divulgar o EJA, oferecemos transporte. Mas, falta interesse das pessoas. É uma questão cultural”, avalia.
Fonte: TnOnline
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