segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Fundação Sarney deve devolver prédio histórico para governo do Maranhão

A fundação que leva o nome do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deve devolver o prédio em que funciona em São Luis para o governo do Maranhão após o seu fechamento. A assessoria de Sarney confirmou nesta segunda-feira (26) que a falta de recursos para manter o acervo vai causar o fechamento das portas.
Foto por Reprodução
Prédio do convento das Mercês, onde funciona a Fundação Sarney, deve ser devolvido para o governo estadual após o fechamento da entidade
A fundação funciona no convento das Mercês, construção do século 17 que também já foi utilizado como posto de atendimento e isolamento de pessoas com varíola, quartel da polícia e dos bombeiros e colégio.
A assessoria de senador disse que ainda é cedo para falar sobre a devolução do prédio, que pertence ao governo estadual, chefiado pela filha de Sarney, Roseana Sarney (PMDB).
O destino dos documentos guardados na fundação ainda não foi decidido e nem como ficará o comando da fundação, que conta com José Carlos Sousa Silva na presidência e Sarney no conselho.
As complicações da Fundação Sarney começaram após reportagem de O Estado de S.Paulo de julho que mostrava que a Petrobras havia repassado ao menos R$ 500 mil para patrocinar um projeto da fundação, mas foram desviados para empresas fantasmas e da própria família. Sarney negou qualquer irregularidade.
A entidade recebeu recursos públicos da estatal, por meio da Lei Rouanet, que dá incentivos fiscais a empresas que investem em ações culturais.
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A Fundação Sarney fez a prestação de contas desses repasses ao Ministério da Cultura em 31 de julho e a CGU (Controladoria-Geral da União) também apura se há irregularidades no caso.
Uma consulta feita ao Portal da Transparência mostra, no entanto, que Sarney usou no mês de setembro R$ 5.000 da sua verba indenizatória para a Memória Viva Pesquisa e Manutenção de Acervos Históricos, seu único gasto no mês.
A Fundação José Sarney é uma entidade privada, criada para preservar a memória do senador maranhense. No local são reunidos e expostos ao público material do período em que ele ocupou a Presidência da República e reproduções de sua obra literária. O prédio também abriga o mausoléu onde Sarney queria ser enterrado.

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