sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Por que algumas pessoas conseguem dormir com qualquer ruído ambiente e outras não?

Duas pessoas estão dormindo durante a noite e de repente um ruído vindo da rua acorda uma delas, mas a outra continua dormindo igual a uma pedra. Com quem você se identifica? Com a que desperta com o mínimo ruído ou com a segunda, que consegue dormir mesmo com ruídos externos?

Uma pesquisa acaba de acabar com esse mistério, que pode ser útil para desenvolver dispositivos e remédios que ajudem a conciliar o sono das pessoas que possuem dificuldades em dormir.

A respostas foi buscada na chamada fusos do sono (em inglês denominado “spindles”), um tipo de impulso cerebral que é produzido na fase 2 (a que serve de transição entre o sono leve e o mais profundo). Segundo o estudo, as pessoas que geraram mais fusos do sono são capazes de tolerar melhor o ruído e são menos afetados por estas alterações durante o sono.

O experimento foi realizado com 12 indivíduos saudáveis com uma média de 26 anos. Durante três noites seguidas seus impulsos cerebrais foram monitoradas enquanto dormiam. A primeira noite o fizeram em silêncio total, mas em outras os cientistas os perturbaram com diversos tipos de ruídos: desde o som de um telefone, o burburinho de várias pessoas falando e até tráfego de caminhões.

Os participantes que tiveram mais fusos do sono durante a noite tranquila, eram os mesmos que seguiram dormindo tranquilamente apesar dos ruídos nas noites posteriores.

Como explicam os cientistas, a maior parte da informações sensorial que o nosso cérebro recebe (incluindo os sons) passa por uma estrutura chamada tálamo em seu caminho para o córtex cerebral, onde realmente é percebida. A comunicação entre ambas as estruturas continua enquanto dormimos, e pode ser monitorada por eletroencefalografia, que mede os ritmos das ondas eletromagnéticas.

Durante as fases 2 e 3 do sono, o ritmo pausado e lento do sono foi interrompido por um grupo de impulsos mais acelerados, denominados fusos. O trabalho dirigido por Jeffrey Ellenbogen tentava demonstrar, como se suspeitava até agora, que essas ondas têm a função de impedir a passagem de determinadas informações sensoriais para o córtex, atuando como um filtro.

“Mais fusos significa um sono mais estável”, explica o cientista. E segundo confirmou em seu experimento, o padrão de sono de cada indivíduo é muito estável ao longo da noite, e não é estranho que algumas pessoas possam dormir tranquilamente a cada noite independentemente das alterações externas. A partir de agora, reconhece, tende-se a buscar maneiras de gerar mais fusos (mediante técnicas ou remédios) para as pessoas com um sono mais leve.

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